quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A ILUSÃO DE SER TUDO ILUSÃO


Esse post surgiu como resposta a um texto enviado a uma lista de discussão sobre projeções da consciência e afins, da qual participo.

- Não existe uma "VERDADE" universal.

- O que morre é o corpo físico. A consciência permanece. O ego de cada encarnação também, trazendo consigo o repositório das experiências vividas naquele período. Sei que muita gente "acredita" nisso, mas uma coisa é acreditar, outra é SABER. 

- Só se aprende vivenciando as situações. Intelectivamente, pelo que observo, só conseguimos guardar informações. Aprendizado mesmo, só vivendo.

- O plano físico é uma notável escola de aprendizado para nós, consciências. Particularmente neste planeta e nos dias atuais, a consciência pode encontrar uma fantástica gama de experiências para vivenciar: desde a felicidade suprema até o mais tétrico sofrimento.

- Os diversos estados políticos em que se divide o planeta, bem como as diversas segmentações sociais em cada um deles e ainda, as diversas interações entre essas partes criam um ambiente impossível no astral, onde as pessoas se reúnem atraídas pelas suas vibrações.

As consciências são livres para escolherem suas experiências, ou antes, deveriam ser, e é aqui que o bicho pega. 

Ocorre que muitos abrem mão de seu direito mais sagrado, a liberdade de escolha, por conta do medo da responsabilidade que isso acarreta. Por isso escolhem agir baseados em ações e valores externos, muitas vezes em total dissonância com os seus verdadeiros anseios. 

Só esquecem de uma coisa fundamental: agindo, seja motivado por valores pessoais ou pelo dos outros, as conseqüências dessas ações sempre se refletem na pessoa.

Agindo para atender a expectativas alheias, há mais um agravante: o que queríamos fazer e deixamos, também se reflete em nós.

Pra que todo esse texto? É que o texto postado pelo nosso colega é bem daquela linha: faça isso e você vai se poupar de muito sofrimento. Isso é verdade, mas é mentira também.

- Carlos R Nazaré –


Texto que deu origem ao post:

A ILUSÃO DO REFLEXO
Redação do Momento Espírita

http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1659&let=I&stat=0
Conta-se que um pai deu a sua filha um colar de diamantes de alto preço. 
Misteriosamente, alguns dias depois o colar desapareceu. Falou-se que poderia ter sido furtado. Outros afirmaram que talvez um pássaro tivesse sido atraído pelo seu brilho e o levado embora.
Fosse como fosse, o pai desejava ter o colar de volta e ofereceu uma grande recompensa a quem o devolvesse: R$ 50.000,00.
A notícia se espalhou e, naturalmente, todos passaram a desejar encontrar o tal colar. Um rapaz que passava por um lago, próximo a uma área industrial, viu um brilho no lago. Colocou a mão para proteger os olhos do sol e certificou-se: era o colar. O lago, entretanto, era muito sujo, poluído, e cheirava mal. O rapaz pensou na recompensa. Vencendo o nojo, colocou a mão no lago, tentando apanhar a jóia. Pareceu pegá-la, mas sentiu escapulir das suas mãos. Tentou outra vez. Outra mais. Sem sucesso.
Resolveu entrar no lago. Emporcalhou toda sua calça e mergulhou o braço inteiro no lago.
Ainda sem sucesso. O colar estava ali. Mas ele não conseguia agarrá-lo. Toda vez que mergulhava o braço, ele parecia sumir. Saiu do lago e estava desistindo, quando o brilho do colar o atraiu outra vez. Decidiu mergulhar de corpo inteiro. Ficou imundo, cheirando mal. E ainda nada conseguiu. Deprimido por não conseguir apanhar o colar e conseqüentemente, a recompensa polpuda, estava se retirando, quando um velho passou por ali.
O que está fazendo, meu rapaz?
O moço desconfiou dele e não quis dizer qual o seu objetivo. Afinal, aquele homem poderia conseguir apanhar o colar e ficar com o dinheiro da recompensa. O velho tornou a perguntar, e prometeu não contar a ninguém.
Considerando que não conseguia mesmo apanhar o colar, cansado, irritado pelo fracasso, o rapaz falou do seu objetivo frustrado. Um largo sorriso desenhou-se no rosto do interlocutor.
Seria interessante, falou em seguida, que você olhasse para cima, em vez de somente para dentro do lago.
Surpreso, o moço fez o recomendado. E lá, entre os galhos da árvore, estava o colar brilhando ao sol.
O que o rapaz via no lago era o reflexo dele. A felicidade material se assemelha ao reflexo do colar no lago imundo. Na conquista de posses efêmeras, quase sempre mergulhamos no lodo das paixões inconseqüentes.
A verdadeira felicidade, no entanto, não está nas posses materiais, nem no gozo dos prazeres.
Ela reside na intimidade do ser. Nada ruim em se desejar e batalhar por uma casa melhor, um bom carro, roupas adequadas às estações, uma refeição deliciosa. Nada ruim em desejar termos coisas. A forma como as conquistamos é que fará a grande diferença.
Se para as conseguir, necessitamos entrar no lodaçal da corrupção, da mentira, da indignidade, somente sairemos enlameados, e infelizes. Esse tipo de felicidade é como o reflexo do colar na água: pura ilusão.
Somente existe verdadeira felicidade nas conquistas que a honra dignifica, que a consciência não nos acusa.
Pensemos nisso. E, antes de sairmos à cata desesperada de valores materiais expressivos, analisemos o que necessitamos dar em troca. Porque nada vale que mereça sacrificar a honra, a dignidade pessoal, a
auto-estima, a vida espiritual.
Tudo é passageiro na Terra. Lembre disso.

3 comentários:

  1. Gostei do Texto!
    Agir com consciência que pagamos por cada ação.
    Que paguemos por ações que fizemos baseado em nossos corações, vontades mais profundas...

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  2. O "Supermercado" diversificado de experiências que podemos ter por aqui torna a experiência de renascer por aqui uma oportunidade única.

    Mas aqui chegando nos alienamos dos propósitos que nos ensejaram o retorno e o preço que se paga é alto.

    Quando ao longo de nossas vidas moldamos um caráter exterior em desacordo com as mais íntimas aspirações de nossa consciência passamos por uma transição mais difícil no retorno a nossa procedência no plano extrafísico.

    Deve ser profundamente desalentador perceber que a oportunidade para nos melhorarmos foi perdida. Imagino que em uma situação dessas passamos por uma espécie de "inferno particular".

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  3. Belíssima a ilustração desse post além de render uma ótima reflexão junto com os textos. A imagem sintetiza por si só a essência que foi escrito.

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